domingo, 13 de junho de 2010

Música



Cura-me (Fernanda Brum)

Tanta amargura escondi
O medo de não acertar
Sonhos coloridos destruí
Que eu não quero mais lembrar
Não vou mais chorar
Foi o que decidi
Não vou mais sofrer
Pra que viver assim

Com imagens da infância, comecei a chorar
Caí na caixa das lembranças
Lembrei do Teu olhar
Enchi meus olhos de esperança
Comecei a cantar
Entrei de vez naquela dança
Pra nunca mais voltar

Cura-me em minhas lembranças
Cura o meu altar
Cura-me, sou Tua criança
Cura-me, cura-me, cura-me
Cura-me, Senhor Jesus

sábado, 12 de junho de 2010

Poema


Mar Absoluto

Foi desde sempre o mar,
E multidões passadas me empurravam
como o barco esquecido.

Agora recordo que falavam
da revolta dos ventos,
de linhos, de cordas, de ferros,
de sereias dadas à costa.

E o rosto de meus avós estava caído
pelos mares do Oriente, com seus corais e pérolas,
e pelos mares do Norte, duros de gelo.

Então, é comigo que falam,
sou eu que devo ir.
Porque não há ninguém,
tão decidido a amar e a obedecer a seus mortos.

E tenho de procurar meus tios remotos afogados.
Tenho de levar-lhes redes de rezas,
campos convertidos em velas,
barcas sobrenaturais
com peixes mensageiros
e cantos náuticos.

E fico tonta.
acordada de repente nas praias tumultuosas.
E apressam-me, e não me deixam sequer mirar a rosa-dos-ventos.
"Para adiante! Pelo mar largo!
Livrando o corpo da lição da areia!
Ao mar! - Disciplina humana para a empresa da vida!"
Meu sangue entende-se com essas vozes poderosas.
A solidez da terra, monótona,
parece-mos fraca ilusão.
Queremos a ilusão grande do mar,
multiplicada em suas malhas de perigo.

Queremos a sua solidão robusta,
uma solidão para todos os lados,
uma ausência humana que se opõe ao mesquinho formigar do mundo,
e faz o tempo inteiriço, livre das lutas de cada dia.

O alento heróico do mar tem seu pólo secreto,
que os homens sentem, seduzidos e medrosos.

O mar é só mar, desprovido de apegos,
matando-se e recuperando-se,
correndo como um touro azul por sua própria sombra,
e arremetendo com bravura contra ninguém,
e sendo depois a pura sombra de si mesmo,
por si mesmo vencido. É o seu grande exercício.

Não precisa do destino fixo da terra,
ele que, ao mesmo tempo,
é o dançarino e a sua dança.

Tem um reino de metamorfose, para experiência:
seu corpo é o seu próprio jogo,
e sua eternidade lúdica
não apenas gratuita: mas perfeita.

Baralha seus altos contrastes:
cavalo, épico, anêmona suave,
entrega-se todos, despreza ritmo
jardins, estrelas, caudas, antenas, olhos, mas é desfolhado,
cego, nu, dono apenas de si,
da sua terminante grandeza despojada.

Não se esquece que é água, ao desdobrar suas visões:
água de todas as possibilidades,
mas sem fraqueza nenhuma.

E assim como água fala-me.
Atira-me búzios, como lembranças de sua voz,
e estrelas eriçadas, como convite ao meu destino.

Não me chama para que siga por cima dele,
nem por dentro de si:
mas para que me converta nele mesmo. É o seu máximo dom.
Não me quer arrastar como meus tios outrora,
nem lentamente conduzida.
como meus avós, de serenos olhos certeiros.

Aceita-me apenas convertida em sua natureza:
plástica, fluida, disponível,
igual a ele, em constante solilóquio,
sem exigências de princípio e fim,
desprendida de terra e céu.

E eu, que viera cautelosa,
por procurar gente passada,
suspeito que me enganei,
que há outras ordens, que não foram ouvidas;
que uma outra boca falava: não somente a de antigos mortos,
e o mar a que me mandam não é apenas este mar.

Não é apenas este mar que reboa nas minhas vidraças,
mas outro, que se parece com ele
como se parecem os vultos dos sonhos dormidos.
E entre água e estrela estudo a solidão.

E recordo minha herança de cordas e âncoras,
e encontro tudo sobre-humano.
E este mar visível levanta para mim
uma face espantosa.

E retrai-se, ao dizer-me o que preciso.
E é logo uma pequena concha fervilhante,
nódoa líquida e instável,
célula azul sumindo-se
no reino de um outro mar:
ah! do Mar Absoluto.

Cecília Meireles

Simão Dias




A minha cidade está em festa.Simão Dias, hoje completa 120 anos de Emanicipação Política.
O primeiro a chegar por aqui foi um vaqueiro chamado Simão Dias,vindo de Itabaiana,com um grande rebanho de gado.Antes da povoação a região pertencia á freguesia de Nossa Senhora do Lagarto e era chamada de sertão do Vasa Barris.
Segundo alguns historiadores,os índios da tribo Tapuias fugindo do Luiz de Brito,governador da Bahia que já estava de olho em nossas terras,antes de Cristovão de Barros,ergueram a sua taba no lugar que viria chamar depois de "Mata da Moita",Local onde hoje é a Igreja de Senhora Sant'Ana.
Em 1850, por Lei foi elevada a vila à freguesia de Senhora Santana de Simão Dias e criada a comarca de Simão Dias.Durante a época de comarca, o nome de Simão Dias foi trocado, ficando Anápolis em homenagem aos nomes de Ana Freire e a fundadora da capela, Ana Francisca de Menezes.E ainda como comarca,o nome de Anápolis foi extinto para Simão Dias em homenagem a seu fundador, o vaqueiro Simão Dias.
Atualmente Simão Dias tem inúmeras escolas entre elas:As Municipais, Estaduais e as particular.E sem deixar de comentar da Festa da padroeira Senhora Sant'Ana,que acontece anualmente de 17 a 26 de Julho, que atrai multidões,principalmente,durante a procissão.
Simão Dias também se consolida como o maior produtor de milho do Estado e da região.
No comércio,apresenta vários supermercados,como Supermercado Couto, M.J Supermercados,Tawanne,Letícia Souza...Várias farmácias, lojas de Calçados,confecções.
As expressões e tradições do povo simãodiense são perceptiveis nas feiras livres,através das comidas típicas (Maniçoba,mocotó e sarapatel)dos artesanatos,das festas religiosas:Grupos de Zabumba,Samba de coco,Capoeira e as tradicionais quadrilhas.
Essa é minha terra e um pouco de sua história.#)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Poema

“Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”

Cora Coralina

Poema

Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

Cora Coralina

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Corpus Christi!


Como a própria palavra quase diz "CORPUS CHRISTI" (expressão latina)singnifica "CORPO DE CRISTO".O feriado de Corpus Christi é uma das datas comemorativas da Igreja Católica.Seu objetivo è celebrar a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.
O feriado sempre ocorre na quinta-feira seguinte ao Domingo da Santíssima Trindade que por sua vez acontece no Domingo seguinte ao de Pentecostes.
O comparecimento dos fiéis na missa é obrigatório.É neste dia também que os movimentos e pastorais se dividem pelas principais ruas da cidade e enfeitam com os tapetes da procissão.
Os tapetes são feitos com vários materiais : pó-de-serra,sal,grãos e até bordados,depende de cada localidade,sem esquecer das cores vivas e dos desenhos tipo: o Cálice, a Hóstia e a Cruz.
Aproveitemos este dia, lembrando do que nos disse Jesus:"Este é o meu Corpo ..isto é o meu sangue.fazei isto em memória de mim." E dizendo:Senhor, eu creio mas aumenta minha fé.